Lá vem o tal do Tatibitati,
passando na rua com passo de gato,
mas tropeça no vento,
e culpa o sapato.

Não sabe de onde veio,
nem pra onde vai,
mistura café com shampoo
e jura que é chai.

Tatibitati não lê rótulo,
não vê placa, não vê chão,
joga semente no asfalto
e cobra da vida um feijão.

Esquece a toalha na chuva,
reclama que o sol não secou,
atira pedra no lago
e pergunta: “Quem foi que molhou?”

É rei das desculpas prontas,
mestre da contramão,
assina com lápis na testa
e depois grita “falsificação!”

Responsa pra ele é enfeite,
um chapéu que nunca encaixa,
vive de causa sem efeito
e de efeito sem graça.

Mas no fundo, lá no fundo,
entre um tropeço e um tropeçar,
Tatibitati é só gente,
aprendendo a se encontrar.

Quem nunca foi meio tatibi,
num dia meio titi,
que atire a primeira banana
no macaco do abacaxi. 🍌