Diziam que eu era esquisito demais,
casca grossa, perfume forte demais,
um tanto azedo, meio tropical
mas cá entre nós... isso é sinal vital!
Enquanto outros esperam cair do pé,
eu me lanço fruta arisca com fé.
Não nasci pra cesta de luxo ou vitrine,
nasci pra ser recheio que ilumina e define.
Me chamam de exótico quase piada,
como se o novo assustasse a jornada.
Mas quem já provou do meu interior
sabe: tem doçura, coragem e sabor!
Enquanto os outros fazem doce com medo,
eu faço bombom com a cara e sem segredo.
Onde veem "difícil", eu enxergo um convite,
e se duvidam de mim... ah, que delícia o palpite!
Autoestima? Tenho de colher cheia.
Confiança? Brota em mim sem peneira.
Não preciso provar que sou do bem,
só ser o cupuaçu que vai mais além.
Felicidade? É ser fruta do mato,
que ninguém doma, mas todos querem no prato.
Ousadia? É me dar inteiro, sem pressa,
sabendo que minha essência... sempre interessa.
Então deixa falar, deixa tentar podar,
sou cupuaçu aprendi a me reinventar.
Na vida, sou oportunidade com gosto marcante,
iniciativa envolvida num toque vibrante!
E se for pra ser fruta no mercado da vida,
prefiro ser raro, intenso, com saída.
Porque no mundo dos iguais e do comum,
quem é cupuaçu... é sempre o número um.