Acerola Danadinha
Pequenina, mas cheia de charme,
rubra como desejo em brasa.
Na boca explode sem alarme,
doce e ácida delícia que arrasa!
Vem dançando no pé da manhã,
atrevida como quem sabe o gosto
do querer que arrepia, que ganha,
que deixa no beijo um rastro exposto.
Essa acerola não é qualquer fruta,
tem veneno na polpa e doçura na fala.
Chega leve, mas bagunça a conduta,
e em cada mordida... o corpo se embala.
Desperta sorrisos, instiga sentidos,
faz da vida um pomar de emoção.
Com ela, os dias são mais coloridos,
e os desejos? Soltos como verão!
Ousadia tem nome e é miúda,
não se mede pelo tamanho da casca.
Ela chega, seduz, despudorada e aguda,
te pega de jeito sem precisar da cachaça!
Se for pecado, que me abençoe o céu,
pois entre tantas frutas nessa trilha,
nenhuma me leva tão doce ao réu
quanto a danadinha que brilha na ilha!
Acerola, vermelha tentação sorridente,
tua ousadia me fez poeta de repente.
E se amar é colher alegria do chão,
que venham mais frutos do teu coração.
Marcio Cerbella
Enviado por Marcio Cerbella em 03/04/2025
Alterado em 03/04/2025